As imagens do cotidiano com o desenho infantil: um estudo com crianças de 8 a 10 anos em uma escola urbana e uma escola rural

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta dissertação realiza um estudo com crianças de 8 a 10 anos em uma escola urbana e uma escola rural, procurando observar as imagens do cotidiano em diálogo com o desenho infantil. Para tanto partimos do desenho livre de crianças entre 8 e 10 anos (3 série) pertencentes a uma escola localizada na cidade de Curitiba - PR, e uma escola situada na zona rural da cidade da Lapa - PR. Através da análise desses desenhos, buscamos pensar como a criança apreende as imagens (tanto bidimensionais quanto tridimensionais) à sua volta e as transpõem para seus desenhos. A base teórica do trabalho fundamenta-se em uma abordagem sociocultural do desenho infantil, pautada em autores como Vigotski e sua compreensão do desenvolvimento humano embebido na cultura, e Brent e Marjorie Wilson, através do conceito de fonte de imagem, que explica como a partir dos 8 - 9 anos a criança se interessa em se apropriar e copiar imagens para adquirir convenções artísticas. Este trabalho caracteriza-se como projeto incorporado de casos múltiplos (YIN, 2005), pois o estudo ocorre em dois locais (escola urbana e escola rural) e com duas unidades de análise (a turma e a criança). Coletamos desenhos de tema livre, realizados na sala de aula e em casa, da turma de 3 série de cada escola. Além da análise geral dos desenhos da turma, focamo-nos em quatro crianças, um menino e uma menina de cada local, que foram selecionados segundo critérios de amostragem intencional. Foram realizados registros fotográficos das informações visuais presentes no ambiente doméstico destas crianças e, em alguns casos, seus pais foram entrevistados. Além das quatro crianças visitadas, outras nove foram entrevistadas. É possível apontar que, de uma maneira geral, as diferenças entre os desenhos infantis das duas localidades não são significativas, porém onde elas se apresentam, surgem como vestígios do entorno das crianças. Na escola urbana percebemos uma maior influência da mídia. Nos dois contextos pesquisados pudemos perceber que a criança tem um olhar crítico sobre sua própria produção e gostaria de melhorar seu desenho. Observamos ainda que alguns alunos buscam ativamente aprender a desenhar, interagindo com seus pares e com as fontes de imagens disponíveis em seu ambiente. Percebemos que em poucos momentos a criança se comunica com os objetos tridimensionais em seu desenho. Já as imagens bidimensionais, geralmente imagens dos meios de comunicação de massa, povoam o cotidiano da criança e estabelecem um contato incisivo com seu desenho, principalmente a partir dos 8 - 9 anos, quando o aluno passa a observá-las para desenhar

ASSUNTO(S)

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