Aquisição dos operantes verbais de tato e de mando por deficientes mentais através de discriminações condicionais.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo analisar a aquisição de sinais como tato receptivo através de discriminações condicionais e a emergência desses sinais como tato expressivo e como mando por quatro adolescentes com deficiência mental, ouvintes, mas com atraso de linguagem, sem qualquer experiência prévia com sinais da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Os estímulos experimentais foram agrupados em três conjuntos, A, B e C, sendo que cada conjunto foi composto por seis estímulos. O conjunto A consistiu em sinais da LIBRAS, apresentados por meio de vídeo como modelo, o conjunto B consistiu nas figuras correspondentes aos sinais e o conjunto C nos objetos correspondentes as figuras do conjunto B. Primeiramente, os objetos do conjunto C foram apresentados em pares: cofre e chave, garrafa e abridor, caixa e canudo. Na presença de cada par, o participante era instruído a utilizar os objetos para obter o conteúdo. Cada tentativa era seguida pelo consumo do item de preferência apresentado em um dos objetos de cada par. Em seguida, foram ensinadas discriminações condicionais, através de tarefas de escolha de acordo com o modelo, entre sinais da LIBRAS (A) e figuras correspondentes (B). Nessa condição, as escolhas corretas eram seguidas por elogio verbal e a entrega de fichas, que poderiam ser trocadas por itens de preferência dos participantes no final de cada sessão. Para escolhas incorretas, havia um intervalo intertentativas de dois segundos e a apresentação da tentativa seguinte. Após o alcance de critério no ensino do tato receptivo (relação AB), foi testada a emergência da relação BA, sendo A o conjunto de sinais da LIBRAS correspondentes ao conjunto A, executados pelo participante. Nesse teste, eram apresentadas figuras do conjunto B, seguidas de instruções orais, com a finalidade de verificar a emergência dos sinais de tato expressivo. As contingências para respostas corretas e incorretas eram as mesmas da condição de ensino. Em seguida, foi introduzido o teste de emergência do operante verbal mando, no qual foi apresentado um objeto de cada par do conjunto C, contendo um item de preferência. Na presença de cada objeto, a resposta verbal em sinais da LIBRAS deveria ser emitida para o objeto ausente do par, necessário para o consumo do item. Respostas corretas eram seguidas pelo objeto e consumo do item de preferência. Os resultados variaram entre os participantes. Os três participantes que concluíram o estudo alcançaram o critério de desempenho nas relações AB, sendo que, para dois deles, houve a necessidade de introdução de procedimentos adicionais. Além disso, mostraram a emergência de, pelo menos, um sinal do conjunto A, referente à emissão do tato expressivo (relações BA). O treino de discriminações condicionais, através do procedimento de escolha de acordo com o modelo, produziu resultados promissores. No entanto, algumas variáveis potencialmente relevantes parecem ainda merecer maior controle experimental. Tais variáveis estão relacionadas às instruções, ao sistema de reforçamento e ao critério de desempenho estabelecido nas condições experimentais. O único participante submetido ao teste de emergência de respostas do operante verbal mando apresentou resultados positivos, o que sugere que a manipulação de operações motivacionais pode facilitar a emissão de respostas desse operante verbal sem necessidade de ensino direto. De maneira geral, embora os dados pareçam otimistas no que se refere à emissão de novos comportamentos, maior generalização dos resultados precisa ser obtida. Adicionalmente, faz-se necessário prosseguir a investigação das condições sob as quais a emergência de novos comportamentos ocorre.

ASSUNTO(S)

discriminação condicional língua brasileira de sinais educacao especial comportamento verbal deficiência mental educação especial

Documentos Relacionados