Aplicação curativa de fungicidas e seu efeito sobre a expansão de lesão da mancha-amarela do trigo

AUTOR(ES)
FONTE

Cienc. Rural

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/07/2013

RESUMO

A mancha-amarela é uma das principais doenças foliares do trigo no Brasil, com danos de até 80% sobre o rendimento de grãos. A expansão da lesão é um importante componente da epidemia da mancha-amarela, porém ainda pouco estudado, especialmente quanto ao efeito de aplicações de fungicida em fase pós-sintoma. Para conhecer como diferentes grupos de fungicidas agem sobre a expansão da lesão, e assim otimizar o manejo da doença, quatro ensaios foram realizados na Universidade de Passo Fundo (UPF), em 2011. Os trabalhos foram organizados em delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições, e conduzidos em câmara de crescimento com controle de temperatura e luz. Em dois deles, um fungicida triazol (propiconazol) e uma estrobilurina (azoxistrobina), bem como ambos em mistura, foram aplicados em intervalos crescentes de um até 12 dias após a inoculação das plantas dos cultivares 'Fundacep Horizonte' e 'Quartzo'. Com base em medições do tamanho da lesão, a estrobilurina não diminuiu a taxa de expansão da lesão (0,176 a 0,180 mm².dia-1) em relação à testemunha (0,175 a 0,184 mm².dia-1), enquanto o triazol (0,080 mm².dia-1) e a mistura (0,060 a 0,080 mm².dia-1) o fizeram quando aplicados em períodos inferiores a 10 ou 12 dias após a inoculação. Em outros dois ensaios, fungicidas comerciais (epoxiconazol, propiconazol, tebuconazol, azoxistrobina, piraclostrobina, ciproconazol + azoxistrobina, epoxiconazol + piraclostrobina, protioconazol + trifloxistrobina e tebuconazol + trifloxistrobina) foram aplicados às plantas aos três, cinco ou oito dias após a inoculação. Aos cinco dias, epoxiconazol, propiconazol e protioconazol + trifloxistrobina reduziram a taxa de progresso da lesão (0,07 a 0,14 mm².dia-1) em relação à testemunha (0,29 mm².dia-1). Aos oito dias, não houve diferença entre os fungicidas e a testemunha. O tamanho final das lesões foi menor (3,76 a 5,89 mm²) nas plantas tratadas com tebuconazol + trifloxistrobina, protioconazol + trifloxistrobina, tebuconazol, epoxiconazol + piraclostrobina e propiconazol, sendo maior (8,46 a 11,70 mm²) para ciproconazol + azoxistrobina, azoxistrobina, epoxiconazol e piraclostrobina, que não diferiram da testemunha. Tais resultados evidenciam a dificuldade em restringir o progresso da mancha-amarela após seu estabelecimento nas plantas e enfatiza a necessidade de estratégias de manejo preventivas.

ASSUNTO(S)

pyrenophora tritici-repentis triazóis estrobilurinas

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