Análise do uso de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides em prescrição pediátrica

AUTOR(ES)
FONTE

J. Pediatr. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-02

RESUMO

RESUMO OBJETIVO: Dados sobre a prática clínica em pediatria no uso de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides considerando a melhor evidência disponível e o uso aprovado por agências reguladoras são incertos. Este estudo tem como objetivo verificar a frequência de prescrição de tais medicamentos segundo a melhor evidência científica e o uso aprovado por agências reguladoras. MÉTODO: Estudo transversal de 150 prescrições pediátricas, contendo analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides, seguido de entrevista aos cuidadores, em 18 locais (nove drogarias privadas e nove unidades de saúde do SUS). Os desfechos avaliados incluíram uso recomendado ou sem contraindicação, indicações com evidência de benefício e o uso autorizado por agências de vigilância sanitária. Os dados foram analisados em banco eletrônico e as variáveis sumarizadas por frequência simples. RESULTADOS: Foram prescritos 164 analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides para as 150 crianças entre um e quatro anos (38,6%). Dipirona constou em 82 (54,6%) e ibuprofeno em 40 (26,6%). Usos não recomendados foram encontrados em 15% das receitas e usos contraindicados em 13,3%. Nimesulida (1,5%) ainda é usada em crianças com menos de 12 anos. Em 74,3% das prescrições contendo dipirona a dose estava incorreta. Das 211 indicações clínicas referidas, 56 (26,5%) não tinham evidências de benefício segundo a melhor prova científica disponível e 66 (31,3%) eram indicações não aprovadas em agências de vigilância sanitária. CONCLUSÃO: Existem importantes discrepâncias entre prática clínica e recomendações de uso de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides em pediatria.

ASSUNTO(S)

antipiréticos anti-inflamatórios não esteroides prescrição de medicamentos pediatria analgésicos

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