Análise de envoltória e do sistema de iluminação a partir do Regulamento técnico da qualidade para eficiência energética de edifícios comerciais, de serviços e públicos para avaliação de desempenho de sistemas de fachada e de proteções solares.
AUTOR(ES)
Iara Goncalves dos Santos
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
01/07/2009
RESUMO
Instrumentos reguladores de consumo de energia em edifícios são mecanismos importantes para promover a sustentabilidade no ambiente construído. O primeiro instrumento do governo brasileiro data de 2009 e é intitulado Regulamento Técnico da Qualidade para Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos. Neste Regulamento, o desempenho do edifício é classificado em: envoltória, sistema de iluminação e sistema de condicionamento de ar. O principal objetivo deste trabalho é o de levantar considerações sobre o Regulamento, aplicando-o num projeto de edifício a ser implantado na cidade de Belo Horizonte. A envoltória do prédio e o sistema de iluminação de um de seus ambientes típicos de escritório são analisados pelo método prescritivo do documento e por simulação termo-energética usando os softwares EnergyPlus e DesignBuilder. Foram realizadas análises paramétricas com variações do sistema de fachada envidraçada dupla. Os tipos de vidro sobre a abertura foram alterados, a fachada original foi substituída por alvenaria e foram inseridas proteções solares (brises e prateleiras de luz). As proteções solares foram definidas por dois princípios: um pela combinação de ângulos de sombreamento que gera um Indicador de Consumo mínimo, outro pelo método da Temperatura Neutra (Tn). Além disso, o sistema de fachada original foi simulado de dois modos diferentes. No primeiro, as múltiplas camadas que compõem a fachada - vidro, ar e placa cimentícia - foram representadas por uma superfície única com transmitância térmica equivalente. No segundo, as camadas foram modeladas como zonas térmicas individualizadas, o que permitiu simular com maior precisão os efeitos do vidro no sistema. Partindo da análise prescritiva do Regulamento, a envoltória do edifício obteve a classificação C e o sistema de iluminação do ambiente obteve a classificação B. Diante destes resultados, foram feitas proposições e avaliados os esforços necessários para obtenção de classificação A nestes dois critérios. Na fase de simulação do ambiente, dentre os principais resultados tem-se que o vidro tipo low-e de alta transmissão luminosa aumentou o consumo de energia em relação ao vidro de controle solar original, quando instalado sem proteção solar, mas mostrou-se como um dos mais favoráveis ao aproveitamento da iluminação natural. A fachada em alvenaria demonstrou ter desempenho superior à envidraçada, permitindo ainda reduções de até 13% no consumo de energia quando combinada às proteções solares. Finalmente, os resultados da simulação da fachada com transmitância equivalente e com zonas térmicas foram divergentes a ponto de se cogitar a necessidade de outra forma de abordagem deste tipo de sistema envidraçado pelo Regulamento.
ASSUNTO(S)
edificios conservação de energia. arquitetura conservação de energia
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/MMMD-8T8SSQDocumentos Relacionados
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