Análise das complicações da esofagectomia transmediastinal no tratamento cirurgico do megaesôfago recidivado

AUTOR(ES)
FONTE

ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-03

RESUMO

RACIONAL: A melhor opção para o tratamento dos pacientes com megaesôfago e recidiva de sintomas após tratamento prévio sempre foi muito controversa. Em resultados de trabalhos analisados, não há seleção da técnica cirúrgica mais adequada para a doença. Assim, surge a ideia de se realizar um estudo mais seletivo com esofagectomia transmediastinal sem toracotomia em pacientes com megaesôfago avançado recidivado após cardiomiotomia prévia. OBJETIVO: Avaliar os resultados da esofagectomia transmediastinal no megaesôfago recidivado quanto às complicações sistêmicas e locais. MÉTODO: Trinta e dois pacientes foram atendidos todos com recidiva de sintomas após operação prévia e indicação para esofagectomia transmediastinal com transposição gástrica pelo mediastino posterior por apresentarem megaesôfago grau IV. Dos 32 pacientes, 25 eram homens (78,1%) e sete, mulheres (21,9%), com idade entre 34 a 72 anos. Todos foram submetidos à miotomia prévia com tempo variável de 5 a 39 anos até a realização da esofagectomia transmediastinal. RESULTADOS: Alguns pacientes apresentaram complicações. Dentre eles oito com infecção pulmonar (25,0%) resultando em boa evolução ao tratamento clínico específico; dois evoluíram para óbito devido a repercussão hemodinâmica causada por lesão de veia ázigos e o outro por lesão de traqueia; nove (28,1%) com deiscência da anastomose esofagogástrica cervical evoluindo bem com tratamento conservador. Dos 21 pacientes nos quais se realizou o acompanhamento em longo prazo, seis meses a 14 anos, 17 referiram boa deglutição para sólidos e/ou pastosos; quatro (19,0%) apresentaram refluxo gastroesofágico com melhora ao tratamento clínico. CONCLUSÕES: A esofagectomia transmediastinal, apesar de proporcionar deglutição adequada na maioria dos casos, é procedimento de grande morbidade. Ela não deve ser indicada como primeira opção no tratamento do megaesôfago avançado recidivado.

ASSUNTO(S)

esofagectomia acalasia esofágica

Documentos Relacionados