Análise comparativa entre as lesões encontradas em motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito e vítimas de outros mecanismos de trauma fechado
AUTOR(ES)
Parreira, José Gustavo, Gregorut, Felipe, Perlingeiro, Jacqueline A. Giannini, Solda, Silvia C., Assef, José Cesar
FONTE
Revista da Associação Médica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-02
RESUMO
OBJETIVO: Realizar uma análise comparativa entre as lesões encontradas em motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito e vítimas de outros mecanismos de trauma fechado. MÉTODOS: Análise dos protocolos (colhidos prospectivamente) dos traumatizados com idade superior a 13 anos, admitidos de 10/06/2008 a 01/09/2009, vítimas de trauma fechado. Foram coletadas informações sobre mecanismo de trauma, dados vitais à admissão, exames complementares, lesões e tratamento. A estratificação da gravidade do trauma e das lesões foi realizada pelo cálculo dos índices de trauma: RTS, escala de coma de Glasgow (ECG), AIS, ISS e TRISS. Comparamos as variáveis entre os motociclistas (grupo A) e os demais (grupo B). Consideramos graves as lesões com AIS > 3. Para a análise estatística, utilizamos os testes t de Student, Mann Whitney, qui-quadrado e Fisher, considerando p < 0,05 significativo. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 3.783 vítimas de trauma fechado, com idade de 14 a 99 anos, sendo 76,0% do sexo masculino. Os mecanismos de trauma mais frequentes foram os acidentes com motociclistas (24,4%) e atropelamentos (22,6%). Na comparação das variáveis entre os grupos A e B, observamos que os motociclistas apresentaram, significativamente, (p < 0,05), menor média etária (28,9 ± 8,5 anosvs. 42,4 ± 18,5 anos) e menor média de AIS em segmento cefálico (0,3 ± 0,9 vs. 0,8 ± 1,1), como também, maior média da ECG à admissão (14,5 ± 1,9vs. 14,2 ± 2,2), de AIS em extremidades (1,5 ± 1,2 vs. 0,9 ± 1,2), de RTS (7,8 ± 0,5 vs. 7,7 ± 0,6) e de TRISS (0,98 ± 0,1 vs. 0,97 ± 0,1). O gênero masculino foi significativamente mais frequente no grupo A (87,9%vs. 72,6%). Na comparação das lesões entre os grupos, notamos que os motociclistas apresentaram, significativamente, (p < 0,05), menor frequência de hematomas extradurais (0,6% vs. 2,1%), hematomas subdurais (0,9% vs. 2,1%), hemorragia subaracnóidea (0,9% vs. 2,2%), contusão encefálica (1,2% vs. 3,6%) e lesões graves em crânio (4,8%vs. 9,4%), bem como maior frequência de lesão axonal difusa (1,6%vs. 0,7%), fraturas de membros superiores (7,9%vs. 4,4%), inferiores (7,7%vs. 5,2%), e lesões graves em extremidades (20,6%vs. 12,6%). CONCLUSÃO: Em comparação às vítimas dos demais mecanismos de trauma, os motociclistas apresentaram menor frequência e gravidade das lesões em segmento cefálico, bem como maior frequência e gravidade das lesões em extremidades.
ASSUNTO(S)
ferimentos e lesões índices de gravidade do trauma acidentes de trânsito motocicletas ferimentos não penetrantes
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