Análise clínica e microbiológica de úlceras venosas de pacientes atendidos em Unidades Básicas de Saúde de Goiânia / Clinical and microbiological analysis of the venous ulcers of patients treated at Basic Health Centers of Goiânia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/03/2012

RESUMO

Estudo transversal realizado nas salas de curativos da atenção primária a saúde em Goiânia, Goiás, Brasil, cujos objetivos foram identificar a prevalência de bastonetes Gram-negativos (BGN) em úlceras venosas (UV) com sinais clínicos de infecção; analisar o perfil de suscetibilidade dos isolados; detectar a produção de β-lactamases tipo AmpC, metalo-beta-lactamase e ESBL; descrever os sinais e sintomas clínicos de infecção em UV; avaliar o estágio clínico de infecção das lesões e a relação destes com a presença de BGN. Utilizou-se de análise descritiva, teste de proporções e Qui-quadrado (p<0,05). Os aspectos éticos foram observados. Participaram 69 pacientes com úlceras venosas com ou sem complicações arteriais, totalizando 98 lesões. Verificou-se que em 74,5% das lesões houve crescimento de BGN. Foram identificadas Enterobactérias (53,8%) e bastonetes Gram-negativos não fermentadores (46,2%). Dentre as enterobactérias prevaleceu a espécie Escherichia coli (24,5%), seguida de Enterobacter aerogenes, Pantoea aglomerans e Proteus mirabillis com 12,2% cada um. Em relação aos bastonetes Gram-negativos não fermentadores, destacou-se a prevalência do gênero Pseudomonas com 66,6% e em especial a espécie P. aeruginosa com 59,5%, presente em 25,5% das feridas analisadas. Quanto ao perfil de suscetibilidade das enterobactérias, destacaram-se a resistência à tetraciclina (38,8%), à amoxacilina-ácido clavulânico (26,5%). Entre as P. aeruginosa, a maior resistência foi observada para cefoxitina (100%). Quanto à produção de enzima AmpC, 30% dos micro-organismos do grupo CESP e 100% das P. aeruginosa foram resistentes a cefoxitina. Os demais micro-organismos do grupo CESP (70%) sensíveis à cefoxitina foram submetidos ao teste confirmatório e 37,5% apresentaram-se positivos a produção de enzima AmpC. Em relação a metalo-beta-lactamase, 23,8% dos bastonetes Gram-negativos não fermentadores apresentaram sensibilidade reduzida ao imipenem, meropenem ou ceftazidima. Ao serem submetidos ao teste confirmatório, observou-se que 8% das P. aeruginosa foram positivas para a enzima MBL. Não foi identificada ESBL. Quanto aos sinais e sintomas clínicos de infecção na lesão, destacaram-se, com freqüência >70%: descoloração do tipo opaca e/ou tijolo vermelho escuro; aumento do volume do exsudato e dor. O estágio três de infecção foi o mais prevalente (71,4%). Houve relação entre celulite e tecido de granulação friável que sangra facilmente e o resultado de cultura para BGN. Conclui-se que a presença de patógenos Gram-negativos resistentes em pacientes na atenção primária a saúde sugere a necessidade de instituir-se vigilância microbiológica para os pacientes com UV com processo cicatricial de difícil evolução e que a identificação de infecção nas UV deve ser norteada pelo conhecimento acerca da etiologia, características clássicas e estágios clínicos de infecção.

ASSUNTO(S)

clinica medica Úlcera venosa infecção bactéria gram-negativa enfermagem venous ulcer infection gram-negative bacteria nursing

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