Alterações e lesões de mucosa bucal na população urbana e rural de Ouro Preto, Minas Gerais, 2003

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Um estudo epidemiológico foi realizado para determinar a prevalência de lesões e alterações de mucosa bucal e os fatores de risco associados à sua ocorrência, na população urbana e rural do município de Ouro Preto, Minas Gerais. Foi avaliada uma amostra aleatória e probabilística da população, com 777 moradores, estratificada em quatro faixas etárias, aproximadamente 50% do sexo masculino e 50% do sexo feminino, e metade da zona urbana e metade da rural. A coleta de dados foi feita por meio de inquérito e exame clínico por examinadores treinados e calibrados a entrevista foi direcionada para obter informações sobre os fatores de interesse incluindo características sócio-demográficas, condições de moradia e de saúde, hábitos de tabagismo e etilismo. O exame clínico foi direcionado para diagnosticar todas as condições, patológicas ou não, presentes na mucosa bucal. Em 574 pessoas (70,4%) foi encontrada alguma condição de mucosa bucal, sendo 244 portadores de uma ou mais lesões de mucosa (31,4%) e 518 com uma ou mais alterações de mucosa bucal (66,6%). Não houve diferença estatisticamente significativa na prevalência de condições de mucosa bucal, seja lesões ou alterações, entre habitantes das áreas urbanas e rurais. As lesões mais frequentes foram: estomatite por dentadura (9,7%), ceratose friccional (3,7%), hiperlasia por prótese (3,6%), hiperplasia nodular (2,4%), queilite actínia (2,3%) abscesso crônico (1,5%) e queilite angular (1,2%). A prevalência para leucoplasia foi de 1,0%, para eritroplasia 0,3% e para câncer bucal 0,3% e todos os portadores eram fumantes. Diferentes fatores aumentaram significativamente a prevalência para as lesões mais comuns. Os fatores que apresentaram mais risco para a ocorrência das lesões de mucosa bucal foram: ter de 60 ou mais anos de idade (OR=4,1), o uso de prótese removível (OR= 3,8), tabagismo(OR= 1,9) e ausência de rede pública de esgoto (OR= 1,6). As seis alterações de mucosa de maior ocorrência foram: língua saburrosa (47,7%) melanose (46,4%), varizes linguais (32,9%), leucoedema (17,8), grânulos de Fordyce (15,5%), língua fissurada (14,3%). O principal fator de risco na ocorrência das alterações foi o aumento da idade dos habitantes com maior risco para pessoas entre 40-59 anos (OR=3,9) e com 60 ou mais anos de idade (OR=3,3) A prevalência de lesões e alterações de mucosa bucal é alta no município avaliado. Com exceção da idade, todos os fatores associados à ocorrência de lesões e alterações de mucosa bucal nesta população são evitáveis e modificáveis sugerindo a necessidade de ações políticas de saúde direcionadas para o controle e/ou eliminação destes fatores de risco e para a prevenção e diagnóstico precoce das lesões de mucosa bucal.

ASSUNTO(S)

boca doenças teses. boca patologia teses. mucosa bucal teses. epidemiologia teses.

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