Adesivos de fibrina : avaliação clinica e experimental

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Os adesivos teciduais são produtos originários de proteínas do plasma humano, utilizados como agentes hemostáticos em diferentes procedimentos cirúrgicos. Objetivos: avaliar a influência da cola de fibrina como agente hemostático local após extrações dentárias em pacientes hemofílicos. Analisar a influência dos adesivos nos processos de reparação tecidual em pele e em alvéolo dentário em modelo animal. Capítulo I Pacientes e Métodos: Foram realizadas extrações dentárias em 31 pacientes hemofílicos, sem prévia terapia de reposição de fatores de coagulação. Os pacientes receberam antifibrinolítico oral (Ipsilon® - 200mg/kg, VO, 8/8 horas, por 7 dias). Foi realizada a avaliação da saúde bucal através dos índices: Gengival (IG); Índice de Placa (IP) e através do Índice CPOD (dentes cariados, perdidos e obturados). Após as extrações os alvéolos foram preenchidos com cola de fibrina autóloga. Os pacientes foram avaliados 24 horas após o procedimento. Resultados: em seis procedimentos (19,4%) foram observados sangramentos que foram controlados com reaplicação da cola de fibrina e dose única de fator de coagulação (um hemofílico grave, 3 hemofílicos moderados e em 2 hemofílicos leves). As médias dos índices IG, IP e CPOD foram, no grupo que sangrou, 1,7; 1,8; e 18 e, no que não apresentou sangramento, 1,8; 1,8; e 19, respectivamente. Conclusão: A cola de fibrina foi efetiva como agente hemostático local após extrações dentárias em pacientes hemofílicos, reduzindo significantemente a terapia de reposição de fatores de coagulação. As condições de saúde bucal, refletidas pelos resultados obtidos através da avaliação dos índices IG, IP e CPOD, demonstraram não haver influência desses fatores na eficácia da cola de fibrina autóloga como agente hemostático local. Capítulo II - Material e Métodos: Vinte e cinco ratos Wistar foram submetidos a duas incisões em dorso de pele após anestesia intramuscular. Na incisão do lado direito, foram inseridas esponjas embebidas em Selante de Fibrina associado ao fator XIII e aprotinina (Beriplast P® - Aventis Beringher) e, na incisão do lado esquerdo, foram inseridas esponjas sem adesivos, como controle. Os animais foram divididos em cinco grupos e sacrificados nos dias 1, 7, 14, 21, e 28 após a cirurgia. O tecido do dorso do animal foi dissecado e preparado blocos para análise microscópica (HE). O estudo histomorfométrico foi realizado em microscópio KS400 (40x - Zeiss, Jena). A composição celular do tecido de granulação foi analisada randomicamente, em 20 campos de cada amostra. Os dados foram estatisticamente analisados usando o Wilcoxon signed rank test. Os resultados mostraram um elevado número de células inflamatórias na periferia do grupo com Selante de Fibrina comparado com o controle. Esses dados sugerem que o Selante de Fibrina induziu uma intensa e prolongada resposta inflamatória no processo cicatricial e que o Selante de Fibrina persistiu até 28 dias após a cirurgia.Capítulo III: Material e Métodos: Setenta e cinco ratos Wistar foram submetidos a extração do incisivo superior após anestesia intramuscular. Os ratos foram divididos em 3 diferentes grupos e os adesivos foram aplicados nos alvéolos. O primeiro grupo (25 ratos) recebeu cola de fibrina, o segundo grupo (25) Selante de Fibrina (Beriplast P® - Aventis Beringher) e o terceiro (25) foi considerado como grupo controle. Os animais foram sacrificados por inalação de éter nos dias 1, 7, 14, e 28 após a cirurgia. Os crânios foram dissecados, submetidos a descalcificação e preparados para análise microscópica (HE). O estudo histomorfométrico foi realizado pelo sistema KS400 (Zeiss,Jena). Neoformação óssea foi cuidadosamente delimitada em quatro regiões alveolares. Os dados foram analisados estatisticamente usando regressão múltipla, ANOVA e Turkey test. Os resultados mostraram que a neoformação óssea (µm2) no grupo controle e com Selante de Fibrina foram estatisticamente similar, entretanto o alvéolo que recebeu a cola de fibrina apresentou menor área de formação óssea comparada com o grupo que recebeu o Selante (p=0,0034). Concluindo, os adesivos defibrina não influenciaram no processo de cicatrização óssea

ASSUNTO(S)

cicatrização de feridas hemofilia regeneração tecidual guiada adesivo tecidual de fibrina

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