Acute toxicity of zinc in lambaris Astyanax aff. bimaculatus (Linnaeus, 1758) / Toxidez aguda do zinco em lambaris Astyanax aff. bimaculatus (Linnaeus, 1758)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O aumento da contaminação dos ecossistemas aquáticos por metais tem causado diversas alterações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas em organismos aquáticos. Neste contexto, com este trabalho propõe-se estudar os efeitos da exposição aguda a diferentes concentrações de zinco na histologia de brânquias, fígado e testículo de indivíduos adultos de lambaris (Astyanax aff. bimaculatus). Foram utilizados 72 machos de A. aff. bimaculatus adultos divididos em cinco grupos de tratamentos e um grupo controle, com 12 repetições. Os tratamentos foram cinco concentrações de zinco: 3, 5, 10, 15 e 20 mg/L na água. A pesquisa foi desenvolvida no Departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG, laboratório de Morfofisiologia de Peixes. Após o tempo de exposição de 96 horas, os animais foram eutanasiados, pesados, medidos e retirado fragmentos de fígado, músculo, osso, brânquias e testículo. Partes desses tecidos foram fixadas e incluídas, seccionados em micrótomo rotativo e coradas para confecção de lâminas. O restante dos tecidos foi desidratado e digerido para quantificação da absorção do zinco. Durante o período experimental a água dos aquários apresentou-se com características físico-químicas dentro dos limites considerados aceitáveis para a espécie, em oxigênio dissolvido, pH, amônia tóxica, condutividade elétrica, dureza total e temperatura. Pôde-se estimar a CL50-96 horas na exposição aguda como sendo de 10 mg/L de zinco. O zinco mostrou-se altamente tóxico, em exposição aguda mesmo na concentração permitida pela legislação brasileira, que é de 5 mg/L na água para a criação de animais. As alterações histopatológicas encontradas nas brânquias foram hiperplasia, fusão lamelar, aneurisma, destruição do epitélio lamelar, ruptura de membrana, deleção do epitélio lamelar secundário, produção excessiva de muco sendo mais graves nos tratamentos expostos a maiores concentrações de zinco. As brânquias demonstraram ser um excelente indicador de contaminação ambiental para Zn, por estarem em contato direto com a água e ser muito permeável para atender as trocas gasosas com o meio externo. As alterações histopatológicas encontrados no fígado foram congestão vascular, diminuição do volume celular, deslocamento de núcleo do hepatócito, necrose, desarranjo da estrutura cordonal, infiltrado leucocitário e vacuolização, sendo mais graves nos tratamentos expostos às maiores concentrações de zinco. O aumento da concentração de zinco na água comprometeu as funções fisiológicas do fígado. O aumento do número de hepatócitos pode ser considerado um mecanismo compensatório para o restabelecimento da homeostase frente a poluentes ambientais. As principais alterações evidenciadas nas gônadas expostas ao zinco foram ruptura de cisto, retardo no desenvolvimento das células da linhagem germinativa, núcleo picnótico, aglomerado celular, descolamento da parede dos cistos, vacuolização. O zinco comprometeu as funções reprodutivas da espécie em estudo, sendo mais graves nos tratamentos expostos a maiores concentrações deste metal, em especial no retardo do desenvolvimento dos cistos, levando à redução na produção de espermatozóides, podendo comprometer a taxa de fecundidade e consequentemente na manutenção dos estoques populacionais.

ASSUNTO(S)

metais pesados testículos fígado toxicologia testis brânquias zinco toxicologia animal gilss toxicology liver heavy metals zinc

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