Acurácia da ultrassonografia, utilizando a técnica computadorizada, na avaliação da doença hepática gordurosa não-alcoólica, em adolescentes obesos e eutróficos, comparativamente com a RMN e correlação com exames laboratoriais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/12/2012

RESUMO

Objetivos : Avaliar a acurácia da ultrassonografia, utilizando a análise computadorizadana DHGNA, em adolescentes obesos e eutróficos: correlação com a RMN e exames laboratoriais. Métodos : O estudo transversal prospectivo avaliou cinquenta adolescentes (11 a 17 anos), sendo 24 obesos e 26 eutróficos. Todos os adolescentes foram submetidos aos exames de US com a análise computadorizada, RMN, exames laboratoriais e avaliação antropométrica. Foi calculada a sensibilidade, a especificidade, os valores preditivos positivo e negativo e a acurácia, seguindo a posterior geração de curva ROC e cálculo da área sob a curva estabelecida, para determinar o melhor ponto de corte para o Gradiente Hepatorrenal Ultrassonográfico(GHRU), a fim de predizer graus de esteatose, utilizando os resultados da RMN como padrão-ouro. As medidas da insulina, fibrinogênio, fosfatase alcalina (FA), triglicerídeos, Gama GT, colesterol total e frações HDL e LDL, aminotransferases, proteína C-reativa (PCR) e cálculo do HOMA-IR (homeostatic model assessment of insulin resistance índex) foram analisados e distribuídos com uma longa curva caudal à direita (+). Foram utilizados testes não-paramétricos nas análises relacionadas com essas variáveis. Resultados : O grupo dos obesos, era composto por 29,2% de meninas e 70,8% de meninos e, o grupo de eutróficos, por 69,2% de meninas e 30,8% de meninos. A média da idade dos obesos e eutróficos foi de 14,2 anos (2;11-17 anos) e 14,7 anos (2;12-17anos), respectivamente. Observou-se 19,2% de pacientes eutróficos com esteatose e 83% de obesos com esteatose. A prevalência de esteatose nos obesos foi significativamente maior (83,3%; IC 95%: 64,5% -94,5%) do que nos eutróficos (19,2%; IC 95%: 7,4% a 37,6%). Após a análise do GHRU, que foi calculado pela diferença de ecogenicidade entre o parênquima do fígado e a ecogenicidade do córtex renal, verificou-se diferença significativa entre a mediana dos adolescentes obesos e eutróficos (mediana= 19,5; P25=15,5; P75=28 vs mediana: 10,0; P25=8; P75=11; p<0,001). Foi observada, ainda, diferença significativa entre a mediana dos adolescentes com e sem esteatose (mediana=22; P25=18,5; P75=29,5 vs mediana=9; P25=7,8; P75=10; p<0,001). A curca ROC gerada para o GHRU, foi com ponto de corte de 13 com uma sensibilidade de 100% e uma especificidade de 100% . Considerando esse mesmo ponto de corte para os eutróficos, obter-se-íam 9,5% de falsos positivos (especificidade=90,5%) e 0% de falsos negativos (sensibilidade=100%). Os adolescentes obesos apresentaram valores laboratoriais mais elevados do que os eutróficos, exceto para o colesterol HDL (p<0,001). Os adolescentes com DHGNA apresentaram valores laboratoriais mais elevados do que os adolescentes sem DHGNA. Na análise multivariada, apenas o HOMA-IR aparececomo um fator de risco independente de DHGNA. Conclusões : Sendo o US com a análise computadorizada e o cálculo do GHRU uma técnica simples para avaliação quantitativa da ecogenicidade hepática e não invasiva, o presente estudo sugere que esse procedimento pode tornar-se importante no seguimento de adolescentes obesos e eutróficos com DHGNA. Esse método poderá, ainda, servir no rastreamento populacional da DHGNA e em estudos clínicos.

ASSUNTO(S)

medicina pediatria fÍgado gorduroso fÍgado - doenÇas ultrassonografia diagnÓstico obesidade adolescentes medicina

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