âAtrÃs dos nossos direitos, porque esse povo quer destruir a genteâ: memÃrias, trajetÃrias e lutas dos atingidos por barragens no Agreste Paraibano / Memorias, trayectorias y las luchas de los afectados por las represas en la regiÃn Agreste de Paraiba

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/02/2012

RESUMO

A Ãpoca em que vivemos apresenta uma sÃrie de desafios e ânovidadesâ, que se impÃem ao nosso cotidiano e atravessam os modos de ser, de produzir e (re)produzir nossa existÃncia. A mim foi ensinado que vivemos numa âaldeia globalâ, onde tudo e todos estÃo interligados. Tudo acontece e posso acompanhar em âtempo realâ: as guerras, as catÃstrofes, os crimes, a violÃncia urbana; as vitÃrias, as derrotas; o que à crÃnico e banal, as exceÃÃes que sÃo apregoadas como regra; as agruras e amores de pessoas comuns confinadas em um paraÃso ecolÃgico ou dentro de uma casa. à a vida sem causa e sem consequÃncia. Tudo à porque Ã. No Brasil à visÃvel a ideia de desconstruÃÃo, à momento de âmodernidadeâ, de âprogressoâ, de âisenÃÃo do paÃs no primeiro mundoâ. Assim impulsionado por esses princÃpios o governo do Estado da ParaÃba se apropriou do pretexto sedutor de suprir as necessidades de abastecimento de Ãgua da cidade de Campina Grande e dos municÃpios de Itatuba, Aroeiras, IngÃ, Mogeiro, Itabaiana, Salgado de SÃo FÃlix, Juripiranga, Pilar, SÃo Miguel de Taipu e Fagundes, ambos localizados na microrregiÃo do Agreste paraibano, que pareceria beneficiar, assim, mais de 134 mil pessoas e constrÃi a AcauÃ. Entretanto essa construÃÃo nÃo trouxe tal progresso, pelo contrario prejudicou ainda mais as populaÃÃes ribeirinhas. Assim, essa dissertaÃÃo se propÃs a discutir as memÃrias, as trajetÃrias de vida e lutas dos atingidos por essa barragem, vivenciadas concretamente, dialetizada, proporcionadas pelo deslocamento compulsÃrio no advento da construÃÃo da Barragem de AcauÃ. A fim de atingir o objetivo proposto, foram realizadas entrevistas com os reassentados, com base na metodologia de histÃria oral. O trabalho aponta que as indenizaÃÃes feitas Ãs famÃlias atingidas, em muitos casos nÃo foram suficientes para que as mesmas pudessem retomar e reestruturar suas vidas em um novo territÃrio, diante da mudanÃa imposta pela construÃÃo da barragem e que o deslocamento desestruturou o padrÃo de organizaÃÃo social da populaÃÃo envolvida. A base teorica-conceitual desse trabalho à construÃda com base nas ideias e inquietaÃÃes de E.P.Thompson, a partir dos conceitos de cultura, experiÃncia, pois parto da ideia que a experiÃncia de ser atingido pela Barragem de Acauà provocou e alimentou a reflexÃo, criando condiÃÃes para a oxigenaÃÃo do racionalizado, do estruturado, alimentando a formaÃÃo do movimento dos atingidos por barragens que nasce do dialogo entre razÃo e realidade, do tratamento dado a esse diÃlogo, a essa experiÃncia, na consciÃncia. A luta desses trabalhadores por condiÃÃes melhores de moradia e de vida possibilita historiar o processo de formaÃÃo de classe trabalhadora no momento presente, mostrando que no atual contexto paraibano hà essa experiÃncia de luta revendo a produÃÃo historiogrÃfica local que nÃo considera o Estado da ParaÃba, nesse atual momento vivido, como ambientes de luta pela terra articuladas e mobilizadas pelos trabalhadores.

ASSUNTO(S)

memÃria, lutas, atingidos por barragens, barragem de acauÃ, agreste paraibano memoria, lucha, afectados por represas, la represa acauÃ, agreste de paraiba historia

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