A Reforma Psiquiátrica e Relações de Poder: significados apreendidos entre os trabalhadores de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Goiânia
AUTOR(ES)
Rosana Carneiro Tavares
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Este trabalho está vinculado ao Programa de Pós-graduação Stricto-Sensu da Universidade Católica de Goiás, mestrado em Psicologia, e tem como objeto de estudo os significados do processo de Reforma Psiquiátrica para os trabalhadores de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em Goiânia. A pesquisa foi desenvolvida em um CAPS de Goiânia, com os trabalhadores da unidade. Para o recebimento das informações foram utilizados três procedimentos: pesquisa documental; gravações de três reuniões de equipe; e um grupo focal com os trabalhadores e coordenadores. A análise teve como referencial a Teoria Sócio- Histórica de Vigotski, que atribui como constitutivo da condição humana a capacidade de significação social, e compreende os significados como contendo a experiência histórica de várias gerações; além dos trabalhos e pesquisas já desenvolvidas sobre o processo da Reforma Psiquiátrica. Com o levantamento bibliográfico ficou evidente que as discussões e reflexões remetem à necessidade de transformar um modelo de atenção à saúde mental, em contraposição a um modelo tradicional estabelecido há longa data e ainda hegemônico na área da saúde. Ficou marcada a necessidade de ampliar o espaço social da pessoa com sofrimento psíquico e de compreender este processo pela dialética inclusão/exclusão. A análise das falas dos trabalhadores apresentou significados contraditórios, tensos e conflitivos. Demarcou os embates que emergem das buscas de transformação do modelo de atenção à saúde mental e possibilitou a apreensão de núcleos de significação que estão marcados por confrontações e contradições no saber e fazer da Reforma Psiquiátrica. A análise trouxe como ponto de intersecção, entre todos os núcleos de significação apreendidos, as relações de poder que perpassam as esferas envolvidas no processo da Reforma. Permitiu levantar pontos de fragilidade da Reforma Psiquiátrica, quando apresenta a confrontação das diretrizes teóricas para a transformação do modelo de atenção à saúde mental com as diretrizes políticas da Reforma, como política de Estado; e com as práticas nos serviços substitutivos. Considerando que todos os embates são reflexos da própria condição histórico-social dos sujeitos, da falta de exercício de participação social e de heteronomia, coloca-se em discussão a necessidade de repensar a Reforma, uma vez que as transformações encontram-se focadas na prática, na construção de um plano de ação para a política, e evidencia embates e conflitos, típicos do exercício de poder e dominação que as estruturas sociais constroem.
ASSUNTO(S)
dominação reforma psiquiátrica domination employees of pca trabalhadores de caps psicologia psychiatric reform social participation. participação social.
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.biblioteca.ucg.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=427Documentos Relacionados
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