A questão da moral em Augusto Comte

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Este trabalho discute a questão da moral em Augusto Comte, a partir de três hipóteses: primeira, a da existência da moral como 7ª ciência, última e suprema, em Augusto Comte. Neste sentido ele colaborou na fundação também da ciência moral e não apenas da ciência social. A segunda afirma a moral como o núcleo possibilitador da continuidade do pensamento e da obra de Augusto Comte; núcleo, porque o fio condutor completo, enquanto problema e solução, é o âmbito religioso-moral-educacional. Segundo ele, a moral é o núcleo da religião e, na sua parte prática, isto é, enquanto moral prática, é a educação. A terceira leva à constatação de que, apesar da dificuldade teórica, Augusto Comte sempre supôs a existência da liberdade humana, condição indispensável para a moral. Apesar de utilizar o termo ?ética? apenas duas vezes, e unicamente como acrósticos para a sua última obra, e apesar de usar a expressão ?filosofia moral? se referindo à 6ª e 7ª ordens de fenômenos da realidade, os fenômenos sociais e morais, a ética ou filosofia moral (ou teoria moral), no sentido que usamos, comparece do começo ao fim da obra comtiana: é o que aparece nas 5.090 referências diretas à moral, nos 5.090 usos do termo ?moral? ou derivados ao longo de seus escritos. Enfim, este trabalho se liga à necessidade mais geral cada vez mais urgente da discussão da possibilidade de consenso moral em termos também de ciência e de filosofia científica Résumé: Ce travail discute la question de la morale chez Auguste Comte à partir de trois hypothèses: la première, celle de l?existence de la morale en tant que la septième science, ultime et suprême. Dans ce sens, il participa également aux principes de la science morale outre que la science sociale. La deuxième hypothèse soutient la morale comme le noyau qui permet la continuité de la pensée et de l?oeuvre d?Auguste Comte; noyeau, parce que le fil conducteur complet, en tant que problème et sollution, est le domaine de la religion, de la morale et de l?éducation. D?après lui, la morale est le noyau de la religion et, dans sa partie pratique, c?est-à-dire, en tant que morale pratique, c?est l?éducation. La troisième hypothèse mène à constater que, nonobstant la difficulté théorique, Auguste Comte supposa toujours l?existence de la liberté humaine, condition indispensable à la morale. Malgré n?utiliser le mot ?éthique? que deux fois, et exclusivement comme acrostiches dans son dernier ouvragre, et malgré employer l?expression ?philosophie morale? se rapportant aux sixième et septième ordres de phénomènes de la réalité, les phénomènes sociaux et moraux, l?éhtique ou la philosophie morale (ou théorie morale), au sens qu?on les utilise, elle est présente du début à la fin de l?oeuvre comtienne: c?est ce qui apparaît dans les cinq mille quatre-vingt-dix références directes à la morale, dans les cinq mille quatre-vingt-dix usages du mot ?moral? ou de ses dérivés tout au long de ses écrits. Enfin, ce travail est lié au besoin plus général et à chaque fois plus urgent de la discussion de la possibilité de consensus moral en termes aussi de science et de philosophie scientifique

ASSUNTO(S)

etica positivismo ethics filosofia ciencia philosophy religião religion science positivism

Documentos Relacionados