Contribuição da ultra-sonografia no diagnóstico da forma hepato-esplênica da esquistossomose mansônica / Ultrasonography in the diagnosis of the hepatosplenic form of schistosomiasis mansoni

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/03/1984

RESUMO

O trabalho discute a utilidade da ultra-sonografia, no diagnóstico da forma hepato-esplênica da esquistossomose mansônica. O autor estudou, pela ultra-sonografia, 103 pacientes com esquistossomose hepato-esplênica comprovada e observou os sinais encontrados no fígado, vias biliares, baço e circulação portal. Foi determinada a freqüência dos diferentes sinais presentes no grupo de pacientes esquistossomóticos e feita correlação com as alterações anátomo-patológicas da doença. Os valores dos calibres das veias esplênica, porta e mesentêrica superior dos nossos pacientes esquistossomóticos foram comparados aos encontrados em 50 pacientes sem anormalidades hepáticas (grupo-controle). As alterações encontradas no fígado incluíram espessamento da parede da veia porta e seus ramos, nódulos parenquimatosos, atrofia do lobo direito e hipertrofia do lobo esquerdo. O espessamento da parede dos vasos portais correlaciona-se a fibrose peri-portal encontrada no exame anátomo-patológico e foi sinal muito freqüente. A atrofia do lobo direito e a hipertrofia do lobo esquerdo devem estar relacionadas ao hiperfluxo pela veia esplênica. Os nódulos parenquimatosos representam os granulomas que, pelas suas pequenas dimensões, são raramente visualizados pela ultra-sonografia. A vesícula biliar apresentou espessamento de sua parede em número significativo dos pacientes estudados. O baço encontrou-se aumentado de volume em todos os pacientes, atingindo geralmente grandes proporções. Em pequeno número de casos observou-se padrão multinodular que foi atribuído aos nódulos sideróticos encontrados ocasionalmente na esquistossomose. A média dos calibres da veia porta, veia esplênica e veia mesentérica superior, nos pacientes esquistossomóticos, foi estatisticamente superior à dos pacientes do grupo-controle. O aumento do calibre foi mais acentuado para a veia esplênica do que para a veia mesentérica superior. Os vasos colaterais estudados foram a veia umbilical, a veia gástrica esquerda e os vasos gástricos curtos, não apresentando características particulares para esta doença. A trombose da veia porta foi encontrada em raros casos. Os principais sinais sonográficos da esquistossomose hepato-esplênica incluem fibrose peri-portal, hipertrofia do lobo esquerdo, espessamento da parede da vesícula biliar, nódulos hepáticos, padrão multinodular do baço e aumento do calibre dos vasos portais. Sinais sonográficos freqüentes porém inespecíficos, incluem esplenomegalia e vasos colaterais. O autor considera o exame ultra-sonográfico método importante no diagnóstico não invasivo da esquistossomose hepato-esplênica

ASSUNTO(S)

esquistossomose mansônica hipertensão portal portal hypertension schistosomiasis mansoni ultra-sonografia ultrasonography

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