A memória de um gesto comunicativa humano no cão doméstico (Canis familiaris) / Memory of a communicative human gesture in the domestic dog (Canis familiaris)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/05/2012

RESUMO

São diversos os estudos sobre a compreensão de dicas comunicativas humanas pelo cão. Em todos eles, a verificação da compreensão do sinal é realizada imediatamente após a emissão do mesmo. A nossa pesquisa busca refletir sobre os processos de memória envolvidos na operação de designação-busca do objeto escondido pelo cão, tendo como objetivo investigar a memória operacional dos cães para um sinal comunicativo humano. Comparamos a retenção de informações para duas condições: quando o cão tinha contato visual direto com o objeto-alvo (não-comunicativa) e quando recebia a informação a respeito da localização do alvo por um sinal comunicativo humano (comunicativa). Num primeiro experimento, quisemos saber como a retenção das informações era afetada em função do intervalo de tempo decorrido para as duas condições. Em outro, também para as duas condições, como a retenção da informação, em um mesmo intervalo de tempo, era afetada em função de diferentes tipos de distração. Para tanto, utilizamos nos dois experimentos uma tarefa de busca pelo objeto escondido, em que o cão recebia a informação sobre a localização de um alimento desejado em uma de duas caixas, esperava por um intervalo retido atrás de um anteparo (barreira visual) e depois era liberado e poderia aproximar-se de uma das caixas. Na condição indicação gestual (comunicativa), a informação era dada pelo experimentador em um gesto de apontar proximal momentâneo. Na condição observação, o cão podia ver o alimento disponível em uma de duas caixas após a colocação do anteparo as caixas eram giradas e o cão perdia a visão do objeto. No Experimento I, os sujeitos recebiam a informação e eram liberados para responder após intervalos de 5, 60 ou 240 segundos. Os resultados indicaram uma tendência à significância nas respostas dos sujeitos no intervalo de 60 segundos, favorecendo a condição indicação gestual. No experimento II, os sujeitos eram testados no mesmo intervalo de retenção (60 segundos), mas variavam as situações de distração entre as tentativas: distração por comando (comunicativa) ou por deslocamento (não-comunicativa), além de uma tentativa controle (sem distração). Os resultados indicam que as distrações não tiveram efeitos significativos para nenhuma das condições. De maneira geral, podemos concluir que a informação transmitida por um gesto comunicativo humano (o apontar do local onde está escondido alimento) pode ser conservada na memória e que ela tem um trajeto mnemônico semelhante a outros constatados no estudo da cognição de cães

ASSUNTO(S)

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