A idéia do infinito em Emmanuel Lévinas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Este trabalho aborda a idéia do infinito no pensamento de Emmanuel Lévi-nas (1906-1995) a partir da crítica da representação e da assimilação, e da con-seqüente proposta da ética como filosofia primeira. Todo o esforço deste exercício acadêmico pretende apresentar o edifício do pensamento levinasiano alicerçado sobre a idéia do infinito como infinito ético, que se concretiza na relação intersubjetiva do face a face, pré-originariedade da responsabilidade por Outrem na compreensão da subjetividade humana. Ressalta-se o emprego do instrumental fenomenológico husserliano, que permite o esclarecimento e uso de termos como desejo, transcendência, exteriori-dade, rosto, expressão e Sinngebung ética para descortinar, no horizonte de nos-sas experiência mais concretas, o sentido pré-categorial da alteridade. O desejo, como Desejo metafísico, aspiração pura ou Bondade, caracteriza um ente preenchido que, no entanto, explode a quadratura da totalidade pela a-fecção de outrem. Afecção irreversível no interior das relações inter-humanas (a-fetividade) do finito pelo infinito pensada como idéia do infinito, acolhimento do absolutamente Outro. Lévinas busca em Descartes a forma da idéia do infinito cujo significado não contém seu termo, mas é transcendência na imanência. Na intimidade do eu mais profundo, cuja liberdade é investida de responsabilidade desde o apelo de ou-trem, dá-se uma relação com o tempo como tempo do outro, novidade absoluta. Assim, procuramos também abordar a noção de tempo como tempo descontínuo, ressaltando a dependência de Lévinas em relação a Bergson na produção desse sentido. A verdade do tempo está, para Lévinas, não na apreensão do número do movimento, mas na diacronia temporal, na transcendência que o tempo anuncia. Estudamos as noções de separação e interioridade, verdade e linguagem como categorias da idéia do infinito, e o rosto como vida e expressão, discurso primeiro antes de toda tematização. É a verdade da relação face a face que, em última e provocadora instância, põe em questão a racionalidade ontológica e a-nuncia, com ousadia e conseqüência, um humanismo do outro homem

ASSUNTO(S)

outro alteridade rosto desejo mesmo exterioridade infinito filosofia totalidade lévinas, emmanuel, 1906-1995 - crítica e interpretação

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