A evolução das salas de cinema na cidade de São Paulo: um estudo das mudanças na forma organizacional

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/08/2011

RESUMO

As novas tecnologias, principalmente as baseadas em processos digitais, estão revolucionando o mundo em diversos aspectos. A mudança tecnológica é uma das mais profundas forças que moldam a natureza e a intensidade da competição, promovendo a entrada de novos competidores e a eliminação de antigos, além de afetar, até mesmo, a indústria do entretenimento ou, a assim chamada, indústria cultural, da qual a indústria cinematográfica faz parte. Uma das lacunas que é sentida nos estudos da indústria cinematográfica é a falta de perspectivas com foco em teorias de administração, principalmente quando se estuda o cenário brasileiro. Para o senso comum, muitas vezes o cinema restringe-se a filmes com espetaculares efeitos especiais e outros atributos típicos de uma megaprodução. Entretanto, ao estudar tal ambiente, nota-se que a indústria cinematográfica não é só filme, mas inclui uma série de atividades ao longo da cadeia produtiva, como distribuição e exibição. Este trabalho propõe verificar as mudanças na forma organizacional na etapa de exibição, pois, além de ser a mais aparente para o grande público, mesmo nos dias atuais, com a grande profusão de meios de exibição, esta é a etapa que tem conseguido se adaptar, graças às novas formas digitais de projeção e distribuição. O objetivo deste trabalho é estudar as mudanças ou a evolução na forma organizacional das salas de cinema, desde as exibições em feiras, teatros e salões, passando pelos palácios cinematográficos e chegando aos modernos multiplex, com suas várias formas de projeção. O arcabouço teórico adotado é evolucionário, incluindo tanto a ecologia organizacional quanto a economia evolucionária, pois proporcionam elementos importantes para a compreensão da mudança nas formas organizacionais, sobretudo no que se refere ao papel da tecnologia e da inovação. As seguintes dimensões da forma organizacional foram analisadas: design organizacional (espaço físico), tecnologia (técnica de projeção) e estratégia de mercado (público-alvo por localização geográfica). O recorte investigativo foi as salas de cinema da cidade de São Paulo, que, atualmente, constituem 40% do público de cinema no Brasil. A abordagem de pesquisa adotada é quantitativa, em função do levantamento histórico e do tratamento da base de dados, e, ao mesmo tempo, qualitativa, devido ao uso de imagens para ilustrar e comentar os dados quantitativos. A base de dados é secundária e foi construída a partir de um apanhado histórico de informações coletadas em livros, sites e blogs, informações do Arquivo Histórico de São Paulo e arquivos da Folha de São Paulo. Com esse levantamento, foi possível realizar um censo das salas de cinema de São Paulo, cujas variáveis incluem: data de inauguração e fechamento, nome da sala de cinema, localização com endereço (bairro, centro, shopping), tipo de espaço físico (salão, barracão, teatro, cineteatro, multiplex, ar livre etc.), número de salas por endereço e, na maioria das salas, o número de poltronas. O estudo concluiu que, no decorrer da história da população de salas de cinema da cidade de São Paulo, houve mudanças na forma organizacional nas dimensões design organizacional, tecnologia e localização, conforme ocorriam mudanças nos padrões de projeção (mudo, sonoro, digital).

ASSUNTO(S)

tecnologia mudança organizacional evolução forma salas de cinema technology organizational change evolution form movie theaters administracao de empresas

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