A alfabetização de jovens e adultos como movimento : um recorte na genealogia do MOVA
AUTOR(ES)
Liana da Silva Borges
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
A presente Tese reflete o percurso da alfabetização de jovens e adultos a partir do recorte temporal que abrange o final da década de 1950 até o ano de 2002. Como este período se caracteriza pela complexidade de experiências de alfabetização de jovens e adultos, tornou-se necessário estudar causas e conseqüências apoiadas em contextos sociohistóricos relativos às estratégias que o país vinha encontrando para atingir os níveis de alfabetismo e de escolarização pretendidos. Para realizar este estudo foram eleitos dois movimentos de alfabetização que tiveram e/ou têm importância na busca da superação do analfabetismo: O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e o Movimento de Alfabetização de adultos de São Paulo (MOVA-SP). Ambos foram abordados tendo em vista suas estruturas de funcionamento, princípios, objetivos e metas que, em certa medida, traduzem dois campos divergentes em termos de concepção e de práticas de alfabetização. O MOBRAL, com características assistenciais e voltado para uma visão de alfabetização compensatória, desenvolveu um sistema de educação que marcou a vida de milhões de brasileiros por mais de quinze anos, tendo atingido a totalidade do território nacional. O MOVA-SP, com caráter libertador, assumiu a alfabetização como parte da construção de sujeitos capazes de mudar os rumos de suas vidas e do país, na direção da superação dos processos de exclusão e de alargamento das igualdades socioeconômicas. As análises, foram ancoradas em material publicado em livros, documentos, pesquisas acadêmicas e a partir dos depoimentos de pessoas-chave: Arlindo Corrêa Lopes (ex-presidente do MOBRAL), Carlos Rodrigues Brandão (MEB e MOVAs), Pedro Pontual (MOVA-SP), Moacir Gadotti (MOVA-SP), Ana Maria Freire e Osmar Fávero (MEB). Para o estudo, foram elencadas as seguintes categorias: conceito de parceria, concepção de alfabetização, formação de educadores e material didático. No decurso da reflexão, derivações surgiram das categorias originalmente formuladas, suscitando três dispositivos de análise: temporalidade, abrangência e imaginário. Chegou-se à conclusão de que somente o desvelamento da natureza política e epistemológica desses movimentos ou de outros programas de alfabetização de jovens e adultos/EJA, assegurarão bases adequadas para erguermos Políticas Públicas de Estado duradouras e eficazes, condição para que possamos desfrutar de um Brasil alfabetizado.
ASSUNTO(S)
educaÇÃo popular educacao alfabetizaÇÃo movimento de alfabetizaÇÃo de jovens e adultos educaÇÃo de adultos
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2445Documentos Relacionados
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